BEYONCé NãO TROCA A ‘PENTHOUSE’ DE NOVA IORQUE POR UMA CASA NA PRADARIA: Já OUVIMOS “COWBOY CARTER”, O NOVO áLBUM DA “RAINHA BEY”

Acabou de chegar. Ouvido na íntegra “Cowboy Carter”, a primeira constatação é óbvia: Nashville é apenas uma das paragens numa viagem que vai a muitos lugares. Com uma versão de ‘Blackbird’, dos Beatles, outra de ‘Jolene’, de Dolly Parton, samples de ‘These Boots Are Made for Walking’, de Nancy Sinatra, casados com piscadelas de olho a ‘Good Vibrations’, dos Beach Boys, e uma impressionante lista de convidados, façamos nossas as palavras dela: isto não é um álbum de música country, é um disco de Beyoncé. Percorremo-lo canção a canção

Nos próximos dias – semanas, meses? – uma parte significativa da comunidade internacional que ainda acredita na pertinência do pensamento crítico aplicado à música pop (por oposição aos tão populares ‘reacts’ que oferecem esgares de múltiplas nuances como alternativa a textos que resultam de diferentes graus de inteligência natural) gastará consideráveis doses de energia a medir com minúcia obsessiva a distância que porventura possa existir entre o que se escuta no novíssimo “Cowboy Carter”, oitavo álbum na conta pessoal de Beyoncé, e aquele vasto território – pradaria? – que se estende de Nashville até ao Texas e que, à falta de melhor termo, ainda se designa como “country”. Na verdade, a eventual desilusão que possa despontar quando se perceber que o sucessor de “Renaissance” não troca exatamente o “ballroom” onde se dança “vogue” pelo celeiro com amplo espaço para as tão bem alinhadas coreografias de “square dancing” terá que ser mitigada pela constatação de que o country – tanto o clássico como o moderno – é uma estética mantida por um rígido conjunto de regras e que a Rainha Bey nunca abdicaria da sua individualidade artística para se encaixar sem reservas num terreno altamente codificado. Não esperem sentados à porta do Grand Ole Opry porque tão cedo a Sra. Carter não deverá trocar a sua penthouse de Nova Iorque por um rancho no Tennessee.

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